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Património Cultural
Património Mundial

Igrejas e Conventos de Goa

Descrição

A cidade de Goa localiza-se a meio da costa ocidental indiana, sendo banhada pelo Oceano Índico.
Afonso de Albuquerque, primeiro vice-rei da Índia, conquistou a cidade em 1510. São, no entanto, escassos os vestígios deste primeiro período de domínio português, subsistindo apenas o portal da Igreja de S. Francisco de Assis e a Igreja do Rosário, dois exemplares da arquitectura manuelina.
Foi entre os finais do século XVI e ao longo do século XVII que Goa atingiu o seu auge, traduzido na construção de edifícios grandiosos de carácter religioso e civil.
O património construído na Velha Goa reflecte o encontro de duas culturas: a europeia e a asiática. Os edifícios respeitam a traça arquitectónica ocidental, e, no campo da decoração, permanecem o modo, o gosto e o luxo asiáticos. Da pintura à escultura, das artes decorativas ao mobiliário, são utilizados materiais exóticos (marfins, madrepérolas, pedras semi-preciosas, entre outros) que caracterizam a originalidade da arte indo-portuguesa.

Do património edificado na cidade de Goa durante a presença portuguesa permanece essencialmente a arquitectura religiosa, uma vez que os palácios e quintas se perderam na sua quase generalidade devido, em grande parte, às condições climáticas adversas. Entre os edifícios civis, destacavam-se o Palácio da Fortaleza dos Vice-Reis, o Palácio dos Arcebispos e o Palácio da Casa da Pólvora, datados do século XVI.
O carácter sagrado dos edifícios religiosos contribuiu de forma significativa para a sua preservação, por parte das populações nativas. A arquitectura religiosa de Goa consiste num conjunto de monumentos construídos entre a segunda metade do século XVI e o século XVII, período que corresponde ao auge do Império Português no Oriente.
A Sé de Goa, iniciada em 1562, segue a tipologia empregue em Portugal na Sé de Portalegre.
A Igreja de Nossa Senhora da Graça foi fundada pelos frades Agostinhos, entre 1597 e 1602.
Estes dois templos constituíram um padrão de referência para as construções religiosas posteriormente edificadas um pouco por toda a Índia.
A Igreja do Bom Jesus, iniciada em 1594, a Igreja de Nossa Senhora da Divina Providência, propriedade da Ordem dos Teatinos e a Igreja de S. Francisco de Assis, datadas do século XVII, são também exemplos da arquitectura renascentista e maneirista construída na cidade da Velha Goa.
A capela do Monte, implantada no alto de uma colina, data do final do século XVI. Contrariamente ao que sucedeu com outras construções, a sua localização terá contribuído para a manutenção da traça original.

Outras ligações:
UNESCO - Churches and Convents of Goa

Bibliografia

Azevedo, Carlos de, “Arte Hindú e Muçulmana”, in Monumentos da Índia Portuguesa – Exposição de Fotografias, Évora, s. n., 1956. pp. 16-18.

Azevedo, Carlos de, A Arte de Goa, Damão e Diu, Pedro de Azevedo – CNC Descobrimentos, 1992.

Carita, Hélder, Palácios de Goa. Modelos e Tipologias de Arquitectura Civil Indo-Portuguesa, Lisboa, Quetzal Editores, 1995.

Chicó, Mário T., “Arte Cristã”, in Monumentos da Índia Portuguesa – Exposição de Fotografias, Évora, s. n., 1956, pp. 9-15.

Gomes, Paulo Varela, “Capela do Monte, Velha Goa”, in Pedra e Cal, “Património Religioso e Lugares sagrados”, nº 38, Lisboa, GECORPA, Abril, Maio, Junho 2008, pp.18-20.

Telles, Ricardo Michael, Igrejas, Capelas, Conventos e Palácios na Velha Cidade de Goa, Nova Goa, 1931.