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Património Cultural

Exposições Até 22 de março de 2020

Sarah Affonso. Os Dias das Pequenas Coisas

Está patente até 22 de março de 2020 no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa a exposição Sarah Affonso. Os Dias das Pequenas Coisas com a curadoria de Maria de Aires Silveira e Emília Ferreira.

A exposição dedicada a Sarah Affonso (Lisboa, 1899 – 1983) é uma de duas que, neste ano em que se celebram os 120 anos do nascimento da artista modernista, recordam a sua vida e obra. Construídas de modo dialogante, numa parceria entre o Museu Nacional de Arte Contemporânea e a Fundação Calouste Gulbenkian (Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho), as duas exposições pretendem criar uma primeira visão abrangente e problematizadora da herança artística de uma autora que, embora reconhecida e inscrita na história da arte nacional, permanece desconhecida do grande público e reduzida à imagem de mulher de Almada Negreiros.

No MNAC, a exposição Sarah Affonso. Os dias das pequenas coisas, com curadoria de Maria de Aires Silveira e Emília Ferreira, patente na Ala Capelo, de 12 de setembro de 2019 a 05 de janeiro 2020, oferecerá uma abordagem ao conjunto da sua obra. Propondo um percurso biográfico e criativo de Sarah Affonso, abordaremos a sua formação artística, e descobriremos uma artista multifacetada, com obra que vai de uma multiplicidade de registos de desenho à pintura, passando pelo bordado e que se manifesta também de modo muito particular na relação com a paisagem, intervindo e criando, paisagística e pragmaticamente, o entorno da casa da família em Bicesse (Cascais).

Última aluna de Columbano Bordalo Pinheiro, na Escola de Belas-Artes de Lisboa, Sarah Affonso parte para Paris em 1924, onde frequenta a Académie de la Grande Chaumière. Na sua segunda estada parisiense, entre 1928 e 1929, expõe no Salon d’Automne, com boa receção crítica, e trabalha num atelier de modista, executando croquis de moda, prática a que em Portugal dará continuidade na imprensa. Ilustradora (na imprensa periódica e para diversos livros de escritores nacionais, como Fernanda de Castro), mantém ao longo de várias décadas atividade como pintora, com particular destaque para o retrato. Reconhecida pelos pares e pela crítica, premiada (Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 1944), organizou várias exposições individuais nas décadas de 1920 e 1930. Contudo, em 1978, cinco anos antes da sua morte, a crítica Sílvia Chicó, escrevendo para um catálogo de uma exposição que reunia retratos de Sarah Affonso de 1927 a 1947, referia a mostra como “uma importante contribuição para o conhecimento de uma obra, em grande parte ignorada pelo público”, sustentando que “toda a mostra que faça sair uma obra da obscuridade, se torna relevante, num país onde a história da arte do século XX é ainda mal conhecida, e onde Sarah Affonso tem um lugar preciso.”

No Museu Calouste Gulbenkian, a exposição Sarah Affonso e a Arte Popular do Minho, patente na Galeria da Coleção do Fundador, de 4 de Julho a 7 de Outubro de 2019, com curadoria de Ana Vasconcelos, é dedicada à particular relação da artista com a arte e a cultura popular do Minho, que tão fortemente a marcou desde os anos da sua infância e adolescência passados em Viana do Castelo.

A exposição do MNAC contará com a publicação de um livro, uma coedição MNAC/Tinta da China, que reunirá vários ensaios inéditos sobre a vida e obra de Sarah Affonso, estabelecendo pontes entre as duas exposições, e reproduzindo a totalidade das obras da autora apresentadas nas duas exposições.

Haverá ainda programação de Serviço Educativo específica para ambas as exposições. A 24 de Setembro realizar-se-á também um colóquio, cujo programa será divulgado em breve, que enfatizará o diálogo entre os dois projetos expositivos, avançando com novos contributos sobre a vida e obra da artista.

 

Organização:
MNAC/DGPC
Local:
Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa

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