Jardins da Cultura
Conimbriga: jardins romanos
Designação
Ruínas de Conimbriga
Outras Designações
Museu Monográfico de Conimbriga
Localização
Museu Monográfico de Conimbriga, Ruínas de Conimbriga, Condeixa-a-Velha
Freguesia / Concelho / Distrito
Condeixa-a-Velha / Coimbra / Coimbra
Coordenadas geográficas
Lat: 40.098937240074676
Long: -8.494858873046837
Descrição
Conimbriga implanta-se num esporão planáltico a 17km de Coimbra, a antiga Aeminium, localizando-se na via romana que ligava Olisipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga). Foi abastecida por um aqueduto que atravessava a envolvente rural, captando as águas de Alcabideque a 3,5km. Compreende espaços e edifícios públicos como "forum", cúria, basílica, termas e anfiteatro e ainda comerciais, oficinais e residenciais, seccionados por uma muralha tardia. Na zona escavada subsistem vestígios interpretados como de um jardim público, na palestra das Termas Sul, plataforma de 18 x 45 m aberta sobre o vale, e de jardins privados, "viridia" ou "hortus" em casas de ricos proprietários. Estes últimos desenvolviam-se em peristilos, pátios porticados, quadrados ou retangulares, rodeados por compartimentos relevantes, que asseguravam a iluminação, ventilação e recolha da água pluvial. Os respetivos "impluvia" são preenchidos por tanques pouco profundos, centrados ou ladeados por repuxos, recortados por canteiros sobrelevados em geometrias simples (quadrados, círculos e semicírculos) ou complexas (cruzes pateadas e lobuladas). No tardoz murado das maiores "domus" identificaram-se tanques ou "piscinae" associados a outras tipologias de exteriores. A casa dos Repuxos estrutura-se pelo eixo que abrange entrada, peristilo, "triclinium", tanque e "hortus". A superfície aberta deste peristilo atinge 180m2. É ocupada por um tanque com seis canteiros dentados, alimentado por 521 repuxos. A casa de Cantaber não se afasta deste modelo axial, dispondo também de vários peristilos em tempos ajardinados. O maior encerra um tanque do qual se destacam canteiros e adivinham artifícios hidráulicos. As casas de Tancisos, Suástica e dos Esqueletos, embora menores, incluem da mesma forma peristilos centrados por simples tanques, canteiros e repuxos. Dos jardins de deleite e amenidade restam: plintos de colunas e estátuas; alvenarias; "opus signinum"; lajes de calcário; mosaicos em pavimentos e bordos; estucados coloridos; decorações com conchas; canos de chumbo, caleiras e "tubuli"; fontes e bicas; até ânforas encastradas, nichos para animais aquáticos. E, pouco mais se infere pelas dúvidas e incógnitas persistentes quanto a plantas utilizadas, técnicas de jardinagem e respetivos contextos. História Admite-se que o "oppidum" celta tenha sido submetido por 136 a.C., durante as campanhas de Decimo Junio Bruto. No principado de Augusto decorre a 1.ª renovação urbanística, remontando a casa dos Esqueletos a inícios do séc. I d.C. Avançado o século, Conimbriga foi sujeita a relevantes transformações sociais e urbanas. Foi elevada a "municipium" e recebeu o epíteto de «Flavia», por 77 d.C. Construiu-se o novo "forum" sobre o antigo, remodelaram-se e edificaram-se termas referidas. No séc. III d.C. destaca-se a iniciativa privada na construção de magníficas residências urbanas, nas quais se inscreve a casa dos Repuxos, referência pelos seus pavimentos de mosaicos e peristilos ajardinados. Na segunda metade do século, as primeiras invasões bárbaras justificaram a construção da muralha e o sacrifício de Conimbriga ocidental, respetivas casas e jardins. Prosseguiram obras na cidade, registando-se intervenções de finais do séc. III a princípios do IV na casa de Cantaber, antecedidas por outras das épocas pré-claudiana e flaviana. Em 468 a cidade foi tomada definitivamente e parcialmente destruída. Segue-se a decadência e o abandono gradual até ao séc. IX. No século XIX realizam-se as primeiras escavações arqueológicas, seguidas pelas campanhas do séc. XX. Em 1962 foi construído o Museu Monográfico de Conimbriga, objeto de ampliações e intervenções posteriores que abrangeram os espaços exteriores envolventes. Rita Basto (estágio curricular AP), Mário Fortes e Teresa Portela Marques (orientadores de estágio) DGPC, 2015.
Protecção legal
MN - Ruínas de Conimbriga, MN - Monumento Nacional; Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910. ZEP; Portaria de 12-11-1971, publicada no DG, II Série, n.º 277, de 25-11-1971 (sem restrições).
MN - Conjunto dos restos do aqueduto romano de Conímbriga e do castellum de Alcabideque, abrangendo todo o sistema de captação de águas; Classificado como MN - Monumento Nacional; Decreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967.