Revelador da extensão do vocabulário moderno ao programa industrial, o edifício da UTIC não poderá ser dissociado do despontar de uma consciência moderna que retira dos valores da redução e síntese, parte da sua eficiência formal.
Situado à margem da EN nº1 e a 20 m do eixo da Auto-Estrada Lisboa-Porto, o edifício organiza-se em torno de um pátio interno, de configuração irregular, definindo dentro de uma matriz racional, a estação de serviço e o amplo corpo destinado às secções de pintura, carroçaria e armazém, iluminadas por sistema em shed — ocultado exteriormente —, bem como pelos amplos janelões que rompem o plano, contínuo e linear, das fachadas.
Seguem-se, ao longo dos anos 60, ampliações sucessivas, projectadas pelo mesmo arquitecto, procedendo-se em 1968 ao prolongamento das instalações existentes, por forma a viabilizar a expansão da UTIC na construção de autocarros para transporte de cargas e passageiros.
No interior da sua essencialidade geométrica o desvio faz-se, de forma particularmente eloquente, através das duas afirmativas torres de acessos, que irrompem energicamente entre as fachadas.
De grande clareza e simplicidade, o edifício acaba por adquirir uma forte presença visual quer pela sua escala, como pelo aspecto bidimensional da sua fachada de maior extensão, onde apenas sobressai a volumetria do lettering da empresa, explorado graficamente.