Direção-Geral do Património Cultural

Partido arquitectónico de uma modernidade extrema equacionado para uma indústria de excepção, a DIALAP - lapidação de diamantes -, desenvolve dois edifícios, de escala diferenciada, articulados num harmonioso diálogo formal gizado por uma apropriação da topografia espacial.

O paradigmático volume paralelepipédico, perpendicularmente colocado à via pública, impõe à cidade propriedades de um funcionalismo moderno contemporâneo de Corbusier reconhecido na sua emergente leveza resultante da elevação do edifício sob pilotis, formando uma extensa galeria conjugada com o subtil recuo do piso zero, numa fachada translúcida marcada pelos extensos panos em vidro e na sua cobertura em terraço. A sugerida articulação com a paisagem envolvente assenta na verticalidade assumida pelos pilotis cortada pela força horizontal das suspensas palas, diferenciadas no corpo produtivo pela inserção de estores móveis em alumínio. Edifício composto por três corpos articulados (produtivo, administrativo e de controle) abraça, propositada e funcionalmente, o Sul através de uma inflecção onde se integra o terceiro volume e se insere, interiormente, uma expressionista escada helicoidal em betão pré-moldado. Esta escada articula internamente os diferentes espaços funcionais, separando organicamente a ala onde se processavam as várias fases da lapidação dos diamantes e toda a área de escritórios e administrativa, que se distribuem pelos vários pisos.

O programa industrial e administrativo deste edifício, usualmente diferenciado pelos distintos cuidados estéticos ou soluções construtivas, particulariza-se pela coerência formal conferida às diferentes áreas funcionais, atribuindo-lhes igual relevo, dignificando esta construção, como se de uma obra de Estado se tratasse. Os aspectos reveladores da diferente funcionalidade reconhecem-se ao nível interior, essencialmente, - pelo tipo de materiais de acabamento utilizados nas várias áreas e ao nível exterior, como já se referiu, - pela aplicação de estores móveis em alumínio, indispensáveis para um excelente controle de luminosidade no interior, imprescindível ao trabalho “cirúrgico” das várias fases da lapidação de diamantes.

Aninhado num declive do terreno, desenvolve-se a Nascente, o edifício do restaurante composto por módulos quadriculados, em betão armado, rematados na cobertura por escultóricas pirâmides truncadas, lembrando diamantes lapidados.