Designação
Cabos de Ávila
Localização
Estrada Nacional nº117
Freguesia / Concelho / Distrito
Amadora / Lisboa
Função
Indústria de Cabos Eléctricos: edifícios industriais-administrativo-sociais
Época
Memórias Descritivas em 1952 e 58
Cabos de Ávila
Estrada Nacional nº117
Amadora / Lisboa
Indústria de Cabos Eléctricos: edifícios industriais-administrativo-sociais
Memórias Descritivas em 1952 e 58
Área do laboratório e escritórios / Foto: DE/ IPPAR
Área do laboratório e escritórios / Foto: Antigo fundo documental da Cabos de Ávila
Autor: Arqº Edmundo Tavares
A opção por um terreno organizado num eixo longitudinal junto a uma importante via de saída de Lisboa corresponde a um período de ampliação e afirmação económica desta fábrica de cabos eléctricos. Incorporando uma moderna produção, de alguma forma pioneira para Portugal equivalendo à grande fase da industrialização indissociável da electricidade, esta unidade fabril não se impõe nem procura uma consonância com os novos valores estéticos de uma arquitectura modernista que de algum modo propagasse e anunciasse essa nova era mental e comportamental.
O vasto recinto industrial integra corpos vários para distintas funções produtivas ou administrativas com recorrência, na sua maioria, a modelos clássicos de construção industrial. É no edifício de análises químicas que o arquitecto Edmundo Tavares assume algum arrojo linguístico quando projecta a funcional e paralelepipédica torre encimada por relógio. Construindo a imagética da Cabos d’ Ávila esta torre, importante para a realização das experiências das suspensões dos cabos, integra um universo disseminado por muitas outras indústrias, como por exemplo a fábrica Oliva, difundindo e conotando o mundo industrial com o novo regulador dos tempos e modos sociais visíveis através desta impositiva e cenográfica torre relógio.
O volume dos laboratórios aproveita o declive do local que recebe este oblongo corpo, de cobertura em terraço, marcado por fortes linhas horizontais conformadas pela modelação ritmada das janelas. A inserção de dois funcionais volumes verticais – vão de escada e torre de suspensão de cabos – marcados por uma grelha que subtilmente indicia a constante luminosidade, giza um diálogo formal equilibrado entre o peso deste maciço horizontal interceptado por estas linhas verticais, adivinhando os princípios de alguma modernidade plástica.
Deolinda Folgado/ Docomomo Ibérico
Junho 2002
Sem Protecção