Constituída em 1925, a OLIVA dedicou-se inicialmente à indústria de fundição, serralharia, serração e carpintaria mecânica, mas foi como fabricante de máquinas de costura que se afirmou e expandiu nacionalmente. Inaugurado em 1948, o edifício das máquinas de costura irá encerrar uma produção que rivalizará no mercado nacional, durante cerca de três ou quatro décadas, com uma das principais marcas internacionais – SINGER. Aceite como um meio de produção fundamental das classes mais pobres, proporcionou e sedimentou um ideário profissional de massas – a costureira. A difusão da máquina de costura OLIVA assumiu, assim, uma importância social ímpar, tanto no continente como nas colónias portuguesas africanas, só possível através de uma sábia articulação entre o produto, a sua publicidade – destacando-se a organização dos concurs os do vestido de chita e os múltiplos pontos de venda que na sua maioria tinham formadoras só para estas máquinas. A utilização destas diversas técnicas de publicidade e de venda, tão próprias da sociedade de consumo, foram com algum pioneirismo difundidas por Francisco de Almeida Grandella, em finais de Oitocentos.
A laboração contínua, durante cerca de oitenta anos, e a introdução de novas produções, como os tubos ou banheiras sedimentou um vasto recinto industrial que em 1987 ocupava uma área de 130.000 m2. É num articulado compósito de soluções variadas associadas a um evoluir de épocas culturais e tecnológicas, submetidas a uma lógica de crescimento orgânico, que se pontuam imperdíveis rasgos de modernidade arquitectónica.A laboração contínua, durante cerca de oitenta anos, e a introdução de novas produções, como os tubos ou banheiras sedimentou um vasto recinto industrial que em 1987 ocupava uma área de 130.000 m2. É num articulado compósito de soluções variadas associadas a um evoluir de épocas culturais e tecnológicas, submetidas a uma lógica de crescimento orgânico, que se pontuam imperdíveis rasgos de modernidade arquitectónica.
Moldado a um gaveto adaptou-se, na sua volumetria arredondada, o edifício administrativo de grande qualidade formal (1950). De renovada imagem funcional o grande vão, imposto à via pública principal, acentua a sua contemporaneidade num diálogo entre um vertical reticulado em betão armado, preenchido por vidros, e marcado decisivamente pela emblemática torre paralelepipédica, encimada por um relógio, e a horizontalidade correspondente ao estruturalismo dos pavimentos ou da cobertura em terraço, indiciando uma acentuada luminosidade interior. Associado a este moderno léxico exterior desenvolvem-se no interior grandes espaços abertos, constantemente iluminados, onde a organização das secretárias não se confina às rígidas áreas compartimentadas, lembrando, de algum modo, os princípios funcionais que Frank Loyd Wright imprimiu ao edifício administrativo da firma S. C. JOHNSON & SON COMPANY (1936-1939).
De notável concepção plástica, o edifício de fabricos gerais (1960) rompe, decisivamente, com as soluções da edificação industrial. Apresentando um grande domínio dos novos materiais, os grandes vãos, em pilar e viga rematados por uma ondulante cobertura em fibrocimento, são apresentados à via pública através de um plano arredondado trabalhado na repetição quadriculada dos módulos das janelas em gracifer, formando uma superfície de um purismo estético irrepreensível.