Inserido na zona de edificação regulada pelo Plano de Obras da Praça do Império e Zona Marginal de Belém, o recorte, dimensão e volumetria do imóvel revela um projecto bem integrado no conjunto de edifícios que foram construídos para bordear a Avenida da Índia. O corpo de quatro pisos, lançado à avenida sublinha o plano marginal do terreno, da mesma forma que o corpo de dois andares, lançado a Poente, permite a criação de um pátio anterior que requebra a irregularidade do terreno.
Construído a partir de 1945 segundo um projecto de Cottinelli Telmo, o edifício que albergou as antigas instalações da Standard Eléctrica surge como um dos mais emblemáticos conjuntos industriais da cidade de Lisboa do tempo moderno. A opção pelos grandes espaços interiores e a ausência de compartimentação conferem ao edifício uma amplitude difícil de encontrar noutras obras portuguesas coevas. O grande vão - assente por pilares, vigas e lages de betão armado, distribuídos num único módulo - determina igualmente o ritmo dos alçados e a posição das fenestrações.
Perdida a sua função original e depois de um inevitável período de abandono, o conjunto fabril foi recuperado arquitectonicamente e é, actualmente, sede da Orquestra Metropolitana de Lisboa.