A área arqueológica de cerca de 1 hectare foi adquirida pelo Estado Português, tendo sido efectuado o auto de cessão ao IPPAR a 28 de Outubro de 1997. Decorre o processo de classificação como imóvel de Interesse Público.
Os trabalhos arqueológicos permitiram identificar um povoado com uma ocupação ao longo da primeira metade do III milénio a. C., na qual se distinguem duas grandes fases.
A primeira fase, mais antiga, é definida por um recinto central (acrópole) cercado por um sistema defensivo constituído por fossos e muralhas de adobe. Estão identificadas duas linhas de fossos, havendo fortes probabilidades de se encontrar uma terceira. A par da identificação do sistema defensivo foram descobertas várias fossas com funções diversas: silos, cisternas, áreas habitacionais.
O aparecimento de silos e de grandes contentores em cerâmica atestam a armazenagem de alimentos e de água, o que contrasta com o pequeno número de artefactos ligados aos trabalhos nos campos ( machados, enxós...).
A tecelagem está atestada pela presença de pesos de tear e a transformação do leite é deduzida pela recolha de um número significativo de fragmentos de queijeiras. A segunda fase corresponde a um conjunto de lareiras e de vestígios de cabanas implantadas sobre as anteriores estruturas escavadas na rocha. Esta ocupação aproveita os desníveis de terreno, certamente existentes pelo enchimento parcial e irregular dos fossos, construídos na anterior fase, ignorando a sua funcionalidade original. Os materiais cerâmicos, de menor qualidade técnica estão representados por contentores, recipientes ligados à manufactura dos alimentos (associados às lareiras) e ao seu consumo (pratos e taças). Igualmente estão presentes os pesos de tear e as queijeiras.